* Valdinei Guimarães
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É comum encontrar animais abandonados pelas ruas de Venda Nova do Imigrante e cidades vizinhas. São cães e gatos que vivem famintos e sofrem maus tratos quando, em busca de alimento, entram na casa ou propriedade de alguém. A sorte dos bichos é que existem pessoas que buscam ajudá-los e tirá-los das ruas. Elas cuidam, adotam ou ajudam a encontrar um lar para os amigos de quatro patas.
O olhar dos animais abandonados costuma ser o mesmo: abatido e assustado. Algumas vezes, também estão feridos. Foi o caso da Mel, uma cadelinha sem raça definida. Ela foi resgatada pelo vendedor Leandro Souza (29), morador da localidade de São João de Viçosa, em Venda Nova. “Eu fui a Venda Nova pela manhã e vi uma cachorrinha deitada às margens da BR 262. Mais tarde, quando eu voltei, ela ainda estava lá”, conta Leandro. Ele teve pena do animal e parou para ver o que ela tinha. “Ela havia sido atropelada. A coxa dela estava com uma ferida aberta. Eu a resgatei, levei ao veterinário e hoje a Mel vive com minha namorada. Ela nos trouxe uma alegria danada!”, revela o vendedor.
A arte-finalista Amábile Falquetto (27) também tem carinho pelos animais e encontrou um jeito de ajudar a encontrar donos para os bichinhos de rua. Ela criou um grupo no Facebook em que os próprios usuários da rede social podem publicar fotos dos bichos para adoção. O grupo se chama “Adotar é tudo de bom” e foi criado há cerca de dois anos. “Eu criei o grupo porque quero ajudar os animais, principalmente os vira-latas. As pessoas gostam dos animais de raça e pagam para tê-los, mas os que não têm raça definida não encontram donos”, conta Amábile.
Ela mesma já adotou um cachorro de rua. Ele foi abandonado na casa da mãe de Amábile. Ela o resgatou e deu ao novo amigo o nome de Luck. “Hoje, ele é meu companheiro e não imagino minha vida sem ele. Eu me casei e o levei comigo. Ele me faz companhia quando estou sozinha”, revela Amábile. Atualmente, o grupo conta com quase 500 membros e tem ajudado pessoas que querem adotar e encontrar donos para os bichinhos.
Um dos membros do grupo é a bióloga Tamiris Falcão (24). Ela utiliza o espaço para tentar encontrar um adotante para a cadela Valentina. A cachorra foi encontrada vagando pela rua. “Ela estava doente. Tinha bicheira e estava magra”, conta a bióloga. Tamiris resgatou e cuidou do animal. “Eu e uma amiga a levamos ao veterinário e a alimentamos. Demos o nome de Valentina porque ela é valente por ter passado por tanta dificuldade”, conta Tamiris. Hoje, Valentina está abrigada temporariamente na casa de um amigo da bióloga. “Ela não pode ficar lá por muito tempo. Precisamos encontrar um dono para ela”, explica Tamiris.
Quem desejar adotar a cadela Valentina pode procurar a Tamiris pelo telefone (28) 99986-9131. A bióloga lembra que, mais do que querer ter um cachorro, é preciso gostar de cuidar dele. “A Valentina foi adotada uma vez, mas a pessoa que a adotou morava em apartamento, não a quis mais e a abandonou de novo. Eu a encontrei na rua e a trouxe de volta. As pessoas têm que ter consciência. Não podem maltratar nem abandonar”, desabafa Tamiris.
