Você está interessado em produtos orgânicos? Pagaria um pouco mais pelo alimento sem agrotóxicos? As duas perguntas fazem parte de uma pesquisa para verificar se há mercado para esses produtos em Venda Nova do Imigrante. A iniciativa é do Grupo Gestor da Feira Familiar do município e as respostas podem ser depositadas em uma urna que está disponível, até o final de abril, no Supermercado Pagotto do Centro da cidade.
De acordo com a engenheira agrônoma do Incaper, Aline Machiori Crespo, uma das responsáveis pelo projeto, a ideia surgiu quando os produtores começaram a buscar, no instituto, informações sobre a agricultura orgânica.
"Como as vendas na feira são feitas diretamente ao consumidor, eles ouviam muitos questionamentos sobre o uso do agrotóxico. Muitas pessoas também queriam comprar produtos orgânicos. Esses produtores, então, nos procuraram para saber qual o caminho tomar para modificar suas propriedades", explica.
Hoje, o caminho da certificação ficou menos longo e oneroso. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) auxilia no processo e, entre três e cinco anos, uma propriedade pode ser certificada. Exemplo disso pode ser visto em Santa Maria de Jetibá, onde vários agricultores já se desvencilharam do uso de agrotóxicos. E, quem pretende começar agora a mudança, a boa notícia é que, durante a transição, o cultivo caminha normalmente, ressalta Aline.
Custos de produção e venda
A pesquisa que está sendo feita junto aos consumidores é justamente para dar um embasamento para esses produtores. Afinal, o público que compra na feira de Venda Nova está disposto a pagar um pouco mais caro para ter um produto de maior qualidade na mesa?
"Foi aí que surgiu essa pesquisa, já que depois de implantar na feira, queremos colocar bancas para vendas em supermercados também e, normalmente no mercado o orgânico é mais valorizado".
Na Grande Vitória, feirantes de Santa Maria de Jetibá que já fizeram a transição nas propriedades conseguem comercializar seus produtos até pelo dobro do preço daqueles que levam agrotóxicos. "Isso porque em Vitória e Vila Velha há muita demanda. Aqui pensamos em algo entre 20% e 30% a mais no preço", ressalta Aline.
Então, vai aí a pergunta: você pagaria um pouco a mais para ter um produto sem agrotóxico na sua mesa?