O livro "Eu, Maria Nilce" serviu de inspiração para a criação e concepção do espetáculo de dança contemporânea Poison, que será apresentado gratuitamente neste sábado (30), no Centro Cultural e Turístico Máximo Zandonadi, em Venda Nova do Imigrante. No palco, as bailarinas Thayná Fabiano, Priscila Lages, Karollyne Tristão, Polyanna Senna e Rayanne Guimarães vão retratar trechos da vida da colunista social Maria Nilce Magalhães, assassinada em Vitória no dia 5 de julho de 1989.
A peça faz parte do Projeto Circulação Cultural, da Secretaria de Estado da Cultura. É um espetáculo que combina dança, música e luzes para contar partes da vida da colunista social.
Maria Nilce foi uma mulher à frente do seu tempo. Essa afirmação poderá ser conferida nas passagens da sua vida em destaque no espetáculo, que também teve como base conversas com amigos e familiares da jornalista. Poison é um mergulho no passado da jornalista por meio da dança, que escancara aos olhos do espectador a vida como ela é. "Fomos em busca de detalhes e ficamos totalmente encantados com a ousadia dela, que teve uma presença marcante na sociedade capixaba", declara o produtor cultural Artênio Dutra, idealizador do espetáculo.
A cada movimento das bailarinas a luz provoca sensações e emoções através da intensidade, cores e ângulos. Escrevendo sua própria dramaturgia, dialogando com os demais elementos que compõe a estética do espetáculo e revelando os pensamentos, prazeres e ideologias da inquietante jornalista. Uma curiosidade: o nome do espetáculo é uma referência ao perfume preferido de Maria Nilce.
O figurino de "Poison", assinado pela designer Dayse Maciel e pela figurinista Angela Mendes, traz referências obtidas via acervo fotográfico da homenageada. Todo o processo de produção foi feito de forma colaborativa entre a equipe responsável pelo espetáculo, uma vez que a troca de impressões sobre Maria Nilce foi intensa. "Construímos um perfil baseado nas nossas percepções acerca da mulher e profissional Maria Nilce. Nossa meta é mostrar ao público o furacão que foi esta mulher de coragem, uma figura realmente peculiar", afirma Artênio Dutra.
Com designer de luz concebido por André Estefson, o espetáculo levará o público a mergulhar na intimidade, devaneios, introspecções, o amor à família e a coragem desse furacão em torno da personalidade multifacetada e peculiar de Maria Nilce Magalhães, desvelando sua trajetória profissional bastante polêmica no jogo dialético das relações sociais e de poder. A trilha sonora de Anderson Bardot composta exclusivamente para ser utilizada nas apresentações do espetáculo de dança mostra no prólogo uma realidade de tensão e que deixará o público perplexo como os corpos são tratados de forma banal e sem valor após a morte.
Poison tem direção geral de Karla Ferreira Pinto, direção artística e supervisão de dramaturgia assinada por Eliane Miranda, direção coreográfica de Patricia Miranda e idealização e concepção de Artênio Dutra. Conta ainda com a colaboração de Rubens Rocha (meitre em ballet e ensaiador), Lygia Machado (assistente de produção), Anderson Bardôt (trilha sonora), André e Juliano Ferreira Pinto (cenário).
Serviço
Espetáculo de dança contemporânea Poison
Data: 30/6, às 19h
Local: Centro Cultural e Turístico Máximo Zandonadi
Entrada gratuita (ingressos devem ser retirados na bilheteria do teatro uma hora antes do início do espetáculo)
Classificação livre