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Um histórico da educação em Venda Nova, por Gervásio Ambrozim

Pode-se afirmar, com toda a certeza, que a grande sacada para o desenvolvimento de uma educação de qualidade em Venda Nova foi a iniciativa de nuclear o sistema de ensino. Desativar as escolinhas singulares, na maioria das vezes com um número reduzido de alunos; criar escolas polos em centros estratégicos; montar um sistema de transporte escolar eficiente e regular; eis o que foi a nucleação de escolas em nosso município. Todos estes requisitos, porém, não teriam tido nenhuma melhoria expressiva no ensino/aprendizagem, não fosse a qualidade e a eficiência dos professores. Seria injustiça não exaltar o comprometimento do professorado com a qualidade do ensino de Venda Nova. Sem distinção, se da rede pública municipal, estadual ou de escolas particulares. A nucleação das escolas foi uma iniciativa que deu certo em Venda Nova e trouxe diferença para a educação. Esse projeto livrou as professoras da embaraçosa tarefa de reger, simultaneamente, no ensino primário, quatro séries na mesma sala. Muitas vezes, até com crianças de cinco e seis anos que frequentavam a escola como ouvintes. A professora tinha que elaborar vários planos de aula. Com frequência, precisava fazer a merenda escolar, enquanto as crianças traquinavam nas imediações das escolas. Andava a pé, todos os dias, para chegar ao seu local de trabalho, principalmente no interior do município, onde lecionava numa escola com meia dúzia de alunos. Além do cansaço da caminhada, do madrugar para não perder o horário, era desestimulante e solitário o trabalho da professora. O projeto de escolas polos acabou com todos esses entraves que limitavam a ação docente e o progresso dos alunos. Nas escolas polos, os alunos passaram a ter, como têm até hoje, classes mais homogêneas, com material didático de qualidade e em quantidade necessária para o professor fazer um bom trabalho; mobiliário adequado; e outras formas de conforto impossíveis nas escolas singulares. A rede física, com menor número de prédios, possibilitou ao poder público dar mais atenção para reformas, ampliações e maior atenção sob todos os aspectos. A capacitação periódica dos professores tornou-se realidade, houve mais integração no trabalho porque o professorado passou a viver em equipe. Com todas essas mudanças para melhor, o ensino de Venda Nova deu um salto de qualidade em todos os sentidos. A aprendizagem ganhou outra dinâmica, visto que os alunos passaram a ter a oportunidade de contar com uma professora exclusiva. E para a professora essa inovação lhe proporcionou a elaboração de apenas um plano de aula, bem mais cuidadoso, adequado e com objetivos mais bem direcionados. Ao mesmo tempo em que se desativavam escolinhas, o sistema de transporte escolar foi sendo montado com uma organização quase perfeita, atendendo cem por cento dos alunos. A frota própria do poder municipal deu à Prefeitura a autonomia para gerenciar este que é um dos desafios para outros municípios. Este passo acabou por selar, em definitivo, as bases para a evolução e o ganho de qualidade na educação sob todos os pontos de vista, além de universalizar o atendimento aos alunos de qualquer idade que hoje queiram estudar. Toda essa inovação acabou por transformar o ensino/aprendizagem em ganho real para os alunos, para os professores e para as comunidades. Hoje, salas multisseriadas pertencem a um tempo que já se perdeu no passado. Mas nenhum desses avanços teria logrado tanto êxito na educação, não fossem as mãos hábeis de seus agentes imediatos: os professores. Bem preparados, assíduos, persistentes, incansáveis, dedicados, os professores fizeram e fazem de tudo para assegurar a qualidade no ensino. É uma verdadeira queda de braços. Lutam, com angústia, contra a crença de que tudo vem, – também o conhecimento – sem esforço, como um clicar em um aparelho eletroeletrônico. A maioria não está ciente de que estudar, adquirir conhecimento seja uma tarefa árdua. Mas é. Estudar exige esforço, exige dedicação, exige vontade, exige persistência, exige abnegação de muitos lazeres. Competências que até a sociedade não compreende. Esta é uma das angústias que os profissionais da educação mais sentem no seu cotidiano. Mas essa angústia não lhes tira a esperança de crer profundamente que, mesmo no anonimato e no desconhecimento de quem não o compreende, ele vencerá todas as adversidades e será sempre o agente número um da transformação em todos os níveis do conhecimento humano, em todos os estádios da educação, em busca da excelência, ainda que em todas as esferas de governos esta prioridade esteja fora de foco. Nos palanques, e não na ponta do sistema, onde tudo acontece: NA ESCOLA.

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