Acabou a água? Vá ao bebedouro da Igreja

* Por Leandro Fidelis

Diante da retirada de várias marcas de água mineral das prateleiras e do calor intenso na região, o filtro da Igreja Matriz de Venda Nova está mais procurado que nunca. Com a falta de galões de 20 litros no mercado, algumas firmas se abastecem com a água de mina geladinha da Paróquia.

Funcionários de comércios e oficinas próximos e também da Prefeitura sempre recorreram à fonte no lajão da Igreja, mas o movimento aumentou desde a apreensão de água mineral no Estado. Até quem não é fiel da Paróquia já descobriu o bebedouro para encher sua garrafa.

“Eu ia buscar água na Fazenda da Saúde quando soube que na Igreja tinha filtrada e gelada. Fiquei sem água em galão em casa e para os funcionários”, diz Rafaela Pagotto, proprietária de uma padaria.

Marcos Jareta, que trabalha numa construtora, sempre abasteceu na Igreja. “A água é limpa, filtrada e gelada. Pego duas vezes ao dia”, conta.

Às vezes dá fila. Tem gente que chega com cinco vasilhames de uma vez para encher. “As pessoas vêm de carro para pegar para a família inteira. A água está disponível, mas não sai de graça para a Igreja porque a bomba e o refrigerador consomem energia”, diz Paula Falqueto, secretária da Paróquia.

A Vigilância Sanitária Municipal alerta aos moradores para tomarem cuidado com o consumo de água de fontes duvidosas. De acordo com o fiscal Eduardo Dalfior, poços e nascentes também podem estar contaminados. “A água deve estar com potabilidade garantida e passar por análise microbiológica e físico-química. A água da Cesan está apropriada”.

Liberação

Em cumprimento ao termo de ajuste de conduta do Ministério Público e da Vigilância Sanitária Estadual, a Vigilância Sanitária Municipal apreendeu cerca de 15 mil litros de água mineral nos dias 20 e 21 de novembro. Todas as águas envasadas até 22 do mês passado foram recolhidas.

De acordo com o órgão, somente estão liberadas para comercialização as águas das marcas Campinho, Iate, Nova Esperança, Acqua Reale, Ingá e Avita. Os vasilhames de 330ml, 500ml, 1,5l entre outras menores já estão regularizados. O galão de 20l ainda está em falta e não há previsão para retornar ao mercado, segundo o principal distribuidor da região.

Técnico em eletrônica, Ademilson Bellon, garante o abastecimento na sua empresa com água do poço. “Adotei esta idéia e não compro mais água”. Ele ainda alerta para a falta de higienização do recipiente. “Tenho até uma briga com os fornecedores. Fica difícil higienizar porque ele vem todo arranhado e parte dele entra em contato com a água”.

Entenda o caso

(* Fonte: site G1)

Uma fiscalização do Departamento Nacional de Produção Mineral- DNPM mostrou que as empresas não vinham respeitando as condições ideais de captação e processamento de água. A medida faz parte do termo de ajustamento de conduta firmado pelos órgãos com as empresas e atinge 14 marcas: Paraju, Ingá, Avita, Campinho, Iate, Pedra Azul, Nova Esperança, Acqua Reale, Dupote, Xuap, Linhágua, Calogi, Uai e Açaí.

Segundo o promotor Saint Clair Júnior, a multa por descumprimento do acordo é de R$ 87 mil. “Essa audiência foi o marco zero. As empresas vão zerar todos os produtos no mercado e, a partir do momento em que forem se adequando, vão sendo recolocadas. A água retirada do mercado será descartada, provavelmente em uma estação de tratamento de água”, declarou à imprensa da capital.

Entre os problemas apontados pelo DNPM e pelo MP estão a falhas na rotulagem, irregularidades com fontes e até problemas de higiene. De acordo com o promotor, mesmo que os exames não apontem contaminação da água, as práticas adotadas pelas empresas estão fora dos padrões. “Independente da qualidade da água, a observância dessas condições a torna inadequada para o consumo. Ela é imprópria para o consumo mesmo se não estiver contaminada, até porque, se estivesse, seria um problema de saúde pública.”

Para ele, o “recall” é fundamental para dar maior segurança à população. “Após o desabastecimento, o mercado será reabastecido com água certificada. É preciso haver mecanismos de prevenção.”

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde, a análise preliminar de seis marcas capixabas mostrou que elas não apresentavam sinais de contaminação e estavam aptas para o consumo. São elas: Pedra Azul, Uai, Xuap, Dupote, Acqua Reale e Campinho.

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