Um fruto rústico, de sabor forte e, digamos, para o paladar de poucos apreciadores. Este é o jenipapo, que pode ser encontrado neste período do ano nos pavilhões da Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES). Mesmo pouco consumido, o jenipapo ainda encontra espaço no mercado capixaba. Em 2010, foram comercializados seis mil quilos da fruta.
O jenipapo é o fruto do jenipapeiro, árvore nativa das Américas do Sul e Central. A fruta que é semelhante ao figo, chega a ter 10 centímetros de comprimento e 7cm de diâmetro. A polpa aromática, de sabor ácido e cor amarelada, é utilizada no preparo de compotas, doces, xaropes, sucos, refrigerantes e licores. O preço médio da caixa (com seis quilos) registrado nos últimos dias é de R$ 10,00.
O fruto verde fornece um suco de cor azulada, usado para tingir tecidos, artefatos de cerâmica e tatuagem. Jenipapo, em tupi-guarani significa fruta que serve para pintar. Os indígenas a utilizavam há milênios em tatuagens e pintura corporal.
Durante a safra, o agricultor Valdo Lagass, de Sobreiro, em Laranja da Terra, vende a fruta duas vezes por semana na Ceasa/ES, em Cariacica, e garante ter um bom retorno com o produto. O jenipapo é bom para vender porque não me dá despesa com adubação, além de produzir muitos frutos. Lá em casa, usamos o jenipapo para fazer sucos e doces, afirma.
Os compradores, de acordo com Lagass, são em sua maioria feirantes ou donos de mercearias. Além do jenipapo, o agricultor vende jaca, quiabo, banana prata e mamão.
O fruto deve ser colhido no tempo certo de amadurecimento, para que possa ser melhor utilizado, e pode ser consumido também ao natural. O jenipapo é utilizado na medicina caseira, como fortificante e estimulante do apetite. É indicado contra a anemia e doenças do baço e do fígado. A fruta é rica em ferro, contém cálcio, hidratos de carbono, calorias, gorduras, água, vitaminas B1, B2, B5 e C.