Morango capixaba é destaque nacional

A produção de morango no Espírito Santo deve atingir uma média de dez mil toneladas no final da safra – que teve início em maio e termina em novembro – aumentando em 20% a colheita alcançada em 2010. a previsão é do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Ao todo, são 240 hectares de plantação, que envolvem diretamente mais de 1.400 agricultores de base familiar. E em função desses bons números, o Estado tem conquistado cada vez mais destaque na atividade e já se tornou referência nacional, ficando entre os quatro maiores estados produtores de morango no Brasil.

 

Além da produtividade, o sabor e a qualidade do fruto capixaba têm chamado a atenção. Como foi o caso de três técnicos do Instituto Agronômico de Pernambuco e um produtor daquele Estado, que vieram das cidades de Caruaru e Recife, para conhecer a realidade das lavouras de morango no Espírito Santo. Eles visitaram duas propriedades na Região Serrana, onde acompanharam as técnicas utilizadas e a produção das cultivares Camarosa, Ventana e Caminho Real.

 

 

O grupo esteve nas lavouras do agricultor Edvaldo Gagno, na localidade do Caxixe, em Venda Nova do Imigrante, e de Sérgio e Paulo Ronchi, na região de Pedra Azul, em Domingos Martins. Ambas têm produtividade acima da média, com colheita aproximada de 35 toneladas por hectare em cada safra. De acordo com o pesquisador do Incaper e coordenador do Polo de Morango, César Teixeira, os visitantes se interessaram bastante pelo manejo e técnicas adotadas, como o cultivo protegido e a irrigação por gotejamento.

 

No sistema de cultivo protegido, são feitos minitúneis com coberturas plásticas que protegem o morango da umidade e evitam a incidência de doenças. Para oferecer água ao fruto, é utilizado o sistema de irrigação por gotejamento, que consiste em adaptar uma mangueira por baixo da cobertura plástica. As técnicas são novidade para os pernambucanos, mas já fazem parte da nossa realidade”, explica.

 

O pesquisador acrescenta que os visitantes também acompanharam o processo de comercialização. “Aqui no Estado, o cultivo do morangueiro é destinado à produção de frutos para consumo in natura, com excedentes para a indústria”. Situação vivida pelo fruticultor Edvaldo Gagno. Ele, que vende sua produção para a empresa Peterfrut, conta que ficou um tempo sem produzir morango, mas retornou neste ano à atividade em função do controle de doenças que pode ser feito atualmente. “Cultivamos Camarosa e Caminho Real. Antes tínhamos muitas perdas em função do problema com as doenças no fruto. Mas, hoje, com o auxílio do Incaper, é possível ter um morango saudável e bom aproveitamento da colheita”, diz.

 

Já na propriedade do agricultor Sérgio Ronchi, o foco na venda do morango é o agroturismo. “Comercializamos a nossa produção em uma lojinha na própria fazenda. Quem vem até nós, compra o morango e ainda visita as plantações. Também vendemos produtos feitos a partir do morango, como doces, geleias, licores, batidas e bombons”, diz Sérgio, que é sócio do irmão, Paulo Ronchi. Na propriedade da família são produzidas as cultivares Camarose e Oso Grande. Atualmente, os irmãos fazem um teste com a Ventana, que vem alcançando bons resultados de produtividade e aceitação.

 

Os pernambucanos visitaram, ainda, a Fazenda Experimental do Incaper em Domingos Martins e conheceram o Laboratório de Fitopatologia, onde são realizados os experimentos de melhoramento e nutrição do morangueiro. Segundo César Teixeira, o produtor e os técnicos nordestinos souberam dos treinamentos e capacitações realizados pelo Instituto nos municípios capixabas que cultivam morango e manifestaram grande interesse em compreender os fatores que influenciaram no sucesso.

 

“Entre esses fatores, destacamos a rastreabilidade realizada, que codifica cada agricultor e acompanha toda a produção”, frisa. Ele diz, ainda, que este trabalho é feito desde 2004, por meio do Programa Morango nas Montanhas, coordenado e implantado pelo Incaper em parceria com a Secretaria de Agricultura (Seag), que orienta os participantes a manterem as boas práticas agrícolas. E destaca uma novidade: o Programa passará a se chamar Morango mais Saudável, com novo lançamento da GranExpoES 2011, que será realizada de 10 a 14 de agosto, no Pavilhão de Carapina, na Serra.

 

Para o pesquisador, a aproximação entre os técnicos do Incaper, os produtores de morango e associações foi determinante para o destaque conquistado. “Outro motivo que influencia todo esse sucesso, é o controle e identificação na entrada de mudas doentes no Estado, evitando, por exemplo, a disseminação da Bacteriose do Morangueiro, que já assombrou alguns produtores. Estamos sempre alerta, trabalhando com compromisso e responsabilidade”, completa.

 

Quem quiser mais informações sobre os trabalhos do Incaper realizados nas lavouras de morango, pode entrar em contato, pelo telefone, com a Fazenda Experimental em Domingos Martins, pelo número (27) 3248-1181.

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