Os melhores cafés da Região Serrana são premiados em Venda Nova

Os dez melhores cafés da variedade arábica da região Serrana do Estado foram premiados na noite de sábado (03) em Venda Nova do Imigrante, na cerimônia do 11º Prêmio de Qualidade para os Cafés das Montanhas do Espírito Santo. O evento é uma iniciativa do Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), com a participação de autoridades, produtores e profissionais ligados a cadeia produtiva do café.

O evento contou com as presenças do governador Renato Casagrande, do Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Enio Bergoli, do diretor-presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, entre outras autoridades de organizações públicas e privadas do Brasil e dos países Asiáticos da Tailândia, Indonésia e Japão.

O governador Renato Casagrande frisou que “transformando o Estado damos mais oportunidades a todos, e priorizando as questões agrícolas conseguiremos avançar sempre. Temos crédito para os agricultores e a cafeicultura está nesta lista, pois temos um programa de crédito rural no Estado para incentivar a produção do café de qualidade aumentando nossa produtividade. Somos o segundo maior produtor de café no Brasil, mas temos a maior produtividade média, e nossa Safra bateu recorde com mais 11,5 milhões de sacas produzidas de café conilon e arábica. Isso reflete nas ações do Governo do Estado que nos deixa mais animados mantendo otimismo com os bons resultados do nosso Estado. Em especial a cafeicultura que é uma atividade que mostra a força dos capixabas, nos trazendo sempre boas notícias”.

O secretário estadual da agricultura, Enio Bergoli , ressaltou a importância da competição para a cafeicultura capixaba. “Este prêmio é fruto de muito trabalho do setor público e privado, associações, cooperativas, mas principalmente dos nossos cafeicultores que devotam a vida em busca de um produto de excelência, que tanto orgulha nosso Estado. Este que foi o melhor ano de nossa cafeicultura, em termos de produção, não poderia terminar de outra maneira, a não ser numa grande comemoração”.

“O concurso reconhece o trabalho dos produtores que atuam de forma sustentável nas montanhas capixabas. Também é uma maneira de incentivá-los na busca constante da melhoria da qualidade, como meio mais eficaz de conquistar novos mercados e atender à crescente demanda. A adoção de tecnologias no campo, como opção de agregar valor ao produto e reduzir o impacto ambiental nas propriedades, teve papel fundamental nos bons resultados obtidos pelos participantes do concurso. Somos o Estado com a maior produtividade de café do Brasil e isso é fruto das várias tecnologias aplicadas à produção de café no Espírito Santo, aliadas à competência dos nossos cafeicultores”, afirma o diretor-presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo.


Desde 2001, participamos deste concurso de qualidade no Espírito Santo. E percebemos que este ano recebemos muitas amostras, mais que os outros anos, e a cada ano está crescendo mais do que os anos anteriores. Os cafés das montanhas do Espírito Santo são os mais conhecidos no Japão, por causa da preocupação dos produtores com a qualidade e o meio ambiente.” diz o diretor da UCC Ueshima, Katsuyuki Gohde.

Os dez primeiros colocados receberam certificados de qualidade e prêmios em dinheiro. A décima colocação ficou com o município de Vargem Alta, Laerte Carlos Venturim, a nona foi para o produtor, Clarindo Buzatto, e a oitava colocação foi para Gustavo Ludovico Kröling, ambos do município de Marechal Floriano, todos receberam R$ 1 mil.

O sétimo colocado ficou com o município de Vargem Alta, Marcos Marchioli, que recebeu o prêmio de R$ 2 mil. O sexto lugar ficou como cafeicultor Constantino Kröling, de Marechal Floriano, que recebeu R$ 3 mil. O quinto lugar foi para o município de Castelo, com a produtora Márcia Lopes, que recebeu R$ 4 mil, e o quarto lugar recebeu R$ 5 mil reais e foi a colocação do produtor de Vargem Alta, Anilton Afonso Mineguiti.

O terceiro lugar foi do cafeicultor de Castelo, Ismael Finn, que recebeu R$ 10 mil. O segundo lugar recebeu R$ 15 mil e foi para o produtor de Afonso Cláudio, Joelson Anselmo Braga. O vencedor do concurso e que recebeu R$ 20 mil e o prêmio de melhor café das montanhas capixabas foi o do cafeicultor, Valdeci Luiz Evaldy, do município de Marechal Floriano.

“É muita alegria, depois de muito trabalho conseguirmos chegar e ganhar este prêmio. Tratar o café de modo adequado, secando direito, e dando muito trabalho conseguimos ganhar o concurso. Eu e minha família somos preocupados com o meio ambiente e queremos deixar nosso produto com qualidade. É o conjunto de muito trabalho para fazer com mais qualidade sempre”, revelou o campeão do 11º Prêmio de Qualidade, Valdeci Luiz Evaldi.

O prêmio é uma parceria do Incaper com a Real Café Cafuso, Empresas Tristão, UCC Ueshima Coffee, Sebrae e Bandes, além de coordenação da Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo(Pronova). Os produtores classificados cultivam o café em 16 municípios capixabas. Além dos aspectos sensoriais, como sabor, corpo e aroma, também são levados em consideração alguns critérios como as boas práticas voltadas para preservação dos recursos naturais presentes nas propriedades competidoras.


A cerimônia também homenageou os finalistas que obtiveram pontuação máxima nas avaliações das auditorias socioambientais. Cerca de 20% dos produtores inscritos e que passaram para a etapa das auditorias tiveram pontuação máximas nos quesitos voltados para as práticas agrícolas sustentáveis.

Também foram premiados com R$ 1 mil os cafeicultores destaques dos concursos.

Concurso

Foram inscritas 761 amostras de café. Destas, 55 conquistaram uma melhor aprovação e disputaram a etapa final. Durante o período de avaliação dos participantes, as propriedades competidoras receberam auditorias dos critérios socioambientais, em que foram analisadas a rastreabilidade dos cafés, o uso de fertilizantes e de defensivos agrícolas, além da análise da gestão do solo, colheita e pós-colheita. A segurança e a saúde do trabalhador também contaram nesta etapa, que equivale a 20% da nota final dos cafés. Após as auditorias, o concurso promoveu as provas sensoriais, que representaram 80% da nota final.

As amostras finalistas passaram por uma etapa com o teste de aroma do pó seco do café, o aroma em fusão – quando tem a introdução de água quente, e a avaliação do aroma com a quebra da crosta – após a mistura do café. E por último a prova de degustação. As amostras finalistas foram avaliadas por degustadores capixabas, de outros estados brasileiros, da Tailândia, Indonésia e Japão.

Os lotes de cafés inscritos desde o início das avaliações foram comercializados com o Grupo Tristão, a partir de negociação feita pela Pronova. Ao todo, foram enviadas 13 mil sacas à organização do evento, sendo que apenas duas mil ainda estão em processo de venda. Antes da entrega do prêmio, os finalistas ainda participaram de um Seminário de atualização socioeconômica ambiental. As palestras foram realizadas na sexta-feira (02) e tiveram o objetivo de difundir as experiências de empresas e cafeicultores consagrados, para aprimorar a cafeicultura de qualidade da região.

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