‘Caçadores de café’ descobrem a região

* Leandro Fidelis

(leandro@radiofmz.com.br)

 

A temporada de caça aos cafés foi aberta na Região Serrana do Espírito Santo. No último fim de semana, propriedades produtoras receberam a visita de empresários e profissionais ligados à cafeicultura, participantes de um programa específico para observação de lavouras sombreadas. Essa procura peculiar se deve à própria ideia do grupo, intitulado “Coffee Hunters Team”, no português “Equipe de Caçadores de Café”.

 

A visita foi incursionada em duas fazendas do Córrego da Prata, em Castelo, premiadas em concursos de qualidade, e em Pedra Azul, Domingos Martins, com apoio da Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo- Pronova e do barista Vagner Uliana, da Heimen Coffee (Fjordland- Cavalgada Ecológica Pedra Azul), na sexta-feira (05) e no sábado (06). O Estado encerrou a primeira etapa dessa investigação que começou em junho, em Paracatu e Unaí, no extremo Norte do Cerrado Mineiro.

 

A proposta do programa é acompanhar a colheita em duas origens totalmente distintas desde o momento em que os frutos são retirados dos cafeeiros até os processos de secagem para, então, comparar como os Elementos de Território (uso de estufas, terreiros suspensos, entre outros) exercem sua influência no aroma e o sabor do café na xícara.

O grupo é formado por donos de cafeterias e apreciadores de cafés especiais, entre eles o coordenador do Coffee Hunters, Ensei Neto, “apaixonado por experiências sensoriais”, como diz o seu texto de apresentação, e um dos especialistas mais renomados na área.

 

Em Castelo, os “caçadores” conheceram a produção de arábica dos campeões estaduais José Leandro Romão e Domingos Sávio Lopes, suas lavouras são sombreadas por plantações de banana e abacate, culturas geralmente integradas ao cultivo de café nas montanhas. Para gerar um relatório sobre essa análise, os “Coffee Hunters” registraram diferentes ângulos da incidência solar sobre as lavouras.

Conforme o programa, a segunda etapa consiste em um laboratório para selecionar alguns lotes de café que apresentarem características interessantes. Serão quatro dias torrando, provando e discutindo sobre os efeitos de cada território e nuances de sombreamento no sabor do café de 13 a 16 de agosto, na Academia do Café, em Belo Horizonte. Somando as duas etapas, são mais de 130 horas-aula de imersão.

 

De acordo com a gerente de certificação da Pronova, Jackeline Uliana Donna, a missão dos “caçadores de café” nas montanhas pode gerar a venda de micro lotes de cafés finos. “Eles percorrem o Brasil em busca de cafés diferenciados e se encantaram com o Espírito Santo. A nossa safra está apenas começando, e em breve teremos amostras para esses especialistas.”

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