Espírito Madeira movimenta R$ 15 milhões em negócios e tem nova edição confirmada para 2026


A terceira edição da feira Espírito Madeira – Design de Origem encerrou neste sábado (13) em clima de celebração e bons resultados. Realizada no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o “Polentão”, em Venda Nova do Imigrante (ES), a programação, que começou quinta (11), reuniu milhares de visitantes e movimentou expressivos valores em negócios — foram 9.000 pessoas presentes e um volume de R$ 15 milhões em transações já contabilizados, com números finais ainda sendo apurados. O evento reforça sua vocação de unir toda a cadeia produtiva da madeira, da floresta comercial ao design, consolidando-se como referência no calendário nacional e agora também internacional.

A internacionalização da Feira se fez sentir com a presença de Martin Chang, CEO da Extend-Light, fabricante taiwanesa de máquinas para a indústria da madeira. Ao lado do primo, o brasileiro Dahge Chiadin Chang, diretor técnico comercial da Far East, Martin apresentou um desengrosso industrial avaliado em cerca de 150 mil dólares, atraindo olhares no Espaço Maker. “Gostei bastante daqui. Achei o mercado bem promissor e as pessoas muito simpáticas”, disse o executivo. Dahge completou: “Temos bastante a trabalhar junto com os capixabas e pretendo conseguir deixar a indústria daqui competitiva em nível mundial”.

Outro estrangeiro que chamou atenção foi o canadense Maxime Clermont, representante exclusivo da Norwood no Brasil, que participou pela primeira vez da Espírito Madeira. A marca levou ao público uma serraria portátil, versátil e acessível. De acordo com Clermont, a Norwood é líder mundial no segmento, detendo 85 das 125 patentes registradas em todo o setor. “Queria encontrar os serradores e acabei vindo para esta edição. Estou muito feliz de estar aqui. Fiz bons contatos e posso falar que a Espírito Madeira é muito humana, onde as pessoas gostam de se falar e fazer contato”, destacou.

O evento também abriu espaço para iniciativas sustentáveis de grande relevância. Exemplo disso é a história da marcenaria ILC- Uatumã, conduzida por Elisângela Conceição Cavalcante, instalada dentro de uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) no Amazonas. O empreendimento transforma espécies nativas, como sucupira, angelim, massaranduba e cumaru, em peças de decoração e utilitários, com madeira legalizada e certificação internacional. “A Feira está sendo um despertar para nós. Aqui a gente consegue acompanhar os maquinários e participar das capacitações. Gostei muito, sem contar a região que é linda e de clima maravilhoso”, resumiu Elisângela, pela primeira vez no estado.

Outro marco desta edição foi o lançamento oficial do Selo de Circularidade da Indústria Moveleira do Espírito Santo, pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama). A iniciativa, apresentada com assinatura simbólica na abertura da Feira, busca reconhecer e incentivar empresas que adotam práticas sustentáveis no aproveitamento de resíduos madeireiros, promovendo a economia circular e a competitividade do setor. O projeto posiciona o Espírito Santo como referência nacional em inovação ambiental e abre caminho para que a certificação seja replicada em outras cadeias produtivas. Também foi realizada a doação de mudas nativas da Mata Atlântica aos visitantes pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Venda Nova do Imigrante, em ação apoiada pela Seama.

Visitantes de várias regiões do país também se encantaram com a feira. William Mazuco, dono de uma madeireira em Orleans (SC), conheceu pela primeira vez as Montanhas Capixabas motivado pelo evento. “Estou gostando muito das novidades, tem muita tecnologia, e o povo é maravilhoso. Estou muito satisfeito”, contou, destacando a disposição de voltar em 2026 como expositor. Já o capixaba Genivaldo Agrizzi, de Cariacica, classificou o encontro como um “espetáculo”, enquanto seu genro, o engenheiro florestal Carlos Henrique Lorenção, reforçou que “a Espírito Madeira é importante para movimentar tanto os negócios quanto as pessoas que trabalham no dia a dia com madeira, não só na transformação como também na produção”.

A conexão entre universidade e indústria também se fortaleceu. A professora da Ufes, campus de Alegre, Graziela Abaurre, encontrou na Feira a parceira que buscava há dois anos. A Fossile Máquinas para Madeiras, do Paraná, deverá fabricar dois equipamentos para acelerar análises laboratoriais de qualidade da madeira na universidade. “Está praticamente fechado. É uma dor de outros laboratórios também, então tenho certeza de que, evoluindo esse projeto, isso pode se expandir para o Brasil”, afirmou.

Para os moradores de Venda Nova, o orgulho de sediar um evento do porte da Espírito Madeira foi evidente. “A Feira é muito linda, de muita diversidade, e traz muita cultura e pessoas de vários estados. Gostei muito”, destacou a comerciária Monique Lopes. Na mesma linha, a presença de influenciadores ampliou a projeção do evento. O engenheiro civil e estrategista digital Davi Pacheco Franco, o “Dr. Caixeta”, de Aracaju (SE), com mais de 1,2 milhão de seguidores, celebrou a oportunidade. “Sempre fui fanático por ferramentas e grandes máquinas, então representar as mídias sociais em um evento deste tamanho é uma honra tremenda. Isso aqui é fenomenal”.

Também voltou ao evento a influenciadora paulistana Luana Hazine, referência em marcenaria criativa. Ela percorreu estandes, testou ferramentas e participou de atividades do Espaço Maker. “Este é o evento mais interessante até no sentido físico, por ter espaço para maquinários grandes e também por abordar toda a cadeia produtiva. Não vejo isso em outros eventos”, afirmou, destacando o caráter único da Espírito Madeira.

Olimpíadas da Madeira

Um dos momentos mais aguardados ficou por conta das Olimpíadas da Madeira, que reuniram participantes de diferentes idades em provas de força e habilidade, como a disputa no gurpião. Entre as 12 duplas finalistas nesta disputa, Andrea Mareto e Nilza Elena de Oliveira, de Conceição do Castelo, garantiram o 2º lugar. Nilza lembrou da infância na roça ao segurar a serra. “Participar me fez voltar àquele tempo. Convido mais mulheres a se inscreverem, porque precisamos de uma categoria feminina na próxima edição”.

A programação também valorizou o ser humano em outras dimensões, com destaque para a parceria entre a Espírito Madeira, o Idaf, a Sejus e a Marcenaria Jequitibá, instalada na Unidade 3 do Complexo de Xuri, em Vila Velha (ES). O projeto, considerado uma das mais bem equipadas marcenarias do sistema prisional capixaba, transforma madeira apreendida pelo Idaf em peças decorativas, com destaque para os troféus entregues aos palestrantes e autoridades durante a Feira, que nasceram dessa iniciativa, que une sustentabilidade, inclusão e capacitação profissional. Para Antonio Nicola, um dos organizadores do evento, trata-se de um passo além. “A cada edição, a Espírito Madeira consolida sua reputação pela excelência em organização e pela geração de oportunidades de negócios. Neste ano, foi além, ao possibilitar que internos de Xuri apresentassem seu trabalho e sonhassem com dias melhores”.

Para Paula Maciel, outra organizadora da Feira, o saldo desta edição foi extremamente positivo. “Encerramos esta edição da Espírito Madeira com a certeza de que unimos negócios, inovação e pessoas em um encontro transformador. Foi uma Feira de conquistas, conexões internacionais e muito orgulho para o Espírito Santo. E já temos a próxima data confirmada: nos dias 10, 11 e 12 de setembro de 2026, o Espírito Santo voltará a ser o palco desse grande encontro da cadeia produtiva da madeira. Esperamos todos vocês!”

A dimensão internacional, a diversidade de expositores e a qualidade da programação demonstraram que a Espírito Madeira não é apenas uma feira de negócios, mas um encontro de culturas, saberes e inovações. De máquinas de última geração a projetos comunitários amazônicos, passando por influenciadores digitais e disputas esportivas, a Feira mostrou como a madeira pode ser ponto de convergência entre tradição e modernidade. Expositores, palestrantes e visitantes representaram uma rica diversidade de estados brasileiros. Além do anfitrião, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Amazonas, Piauí, Pernambuco e Sergipe, reforçando o alcance nacional do evento.

Com o sucesso desta terceira edição, a Espírito Madeira continuará firme, com a proposta de realizar eventos setoriais em diferentes cidades capixabas e em outras datas do ano, ampliando ainda mais sua capacidade de conectar a produção florestal, a indústria e o design. A cada edição, reforça-se a certeza de que o Espírito Santo se consolida como palco estratégico para o setor madeireiro no Brasil.

A Espírito Madeira é organizada pelo Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau (MCC&VB) e Interação, tendo como patrocinador Master a Placas do Brasil, patrocínio do Sicoob, Laguna, Far East Máquinas e Ferramentas e Benevix e apoio institucional da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), Governo do Estado do Espírito Santo, Sebrae/ES, Findes, Senai, Sesi, Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), Prefeitura de Venda Nova do Imigrante, Núcleo de Pesquisa em Qualidade da Madeira (Nuqmad Ufes), Sistema Faes/Senar/Sindicatos, VP Madeiras, Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), Associação dos Engenheiros e Engenheiras Florestais Egressos da UFV (Aseflor), Sociedade Brasileira de Agrosilvicultura (Sbag), Rede Nacional de Biomassa para Energia (Renabi), Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Sindirochas e Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do Espírito Santo (Sindimol).

*PRÓXIMA DATA CONFIRMADA!

4ª Feira Espírito Madeira- Design de Origem

Dias 10, 11 e 12 de setembro de 2026.

*Mais informações: www.espiritomadeira.com.br 

Instagram: @espiritomadeiraoficial

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